Quantas vezes foi em vão
O coração evocado
Em nome de uma ilusão
Que te retorne ao passado?
Quantas vezes foi profunda
Tão sagrada evocação
Num mundo que se inunda
Das palavras por chavão?
Quantas vezes provaste
Sapos, de sabor medonho,
Por saberes ser demais triste
Ver desmoronar um sonho?
Quantas vezes ponderaste
Sobre a valia da vida
Sabendo que a meia-haste,
Sem amor, estará erguida?
Quantas vezes a mulher
Que dizeis, doidos, amar
Foi para vós mais do que um ser
Mas uma razão para estar?