Foi há muito tempo atrás, nem lembro bem ao certo, acho que eu tinha uns quinze, dezesseis anos de idade. Foi mesmo um dia hilário, muito diferente de todos até então por mim, vivido.
Havia sido convidado por uma senhora de trinta e dois anos, para um encontro íntimo. Lógico que eu e ela mentimos, ela dizia-me ter vinte e seis e eu disse pra ela uns vinte. Marcamos lugar e hora, era uma tarde de verão, disse em casa que iria ao cinema com um amigo, mas, lógico que menti de novo e mudei o itinerário.
Lembro-me como se fosse hoje, olhou-me de cima em baixo, fixou os olhos lá pelo meio, lascou-me um beijo gostoso, um abraço apertado e foi pegando-me pelo braço, conduzindo-me ao hotel mais próximo.
Bem, as idades foram desmascaradas logo na entrada, pediram-nos as identidades, eu ainda nem tinha idade para ter uma, fiquei sem saber o que fazer, ela tentou amenizar o constrangimento mostrando a dela e o moço da portaria, fez questão de incriminá-la, falando o nome e data de nascimento, como quem estivesse pensando alto.
Sem ter como apresentar meus documentos, o senhor olhando para ela disse: Já viu que ele é menor de idade, isso vai causar-me problemas, ela insistiu e ele retrucou, vocês têm meia hora, não mais do que isso.
Olhamos um para o outro e antes que ele mudasse de idéia seguimos a passos largos corredor a fora procurando o quarto. Ela se aproveita da grandiosidade que o momento desperta, faz cara de esperta, desce do salto, sobe na cama, puxa-me pela camisa, e sem que eu percebesse, lá estava ela sem a calcinha, jogando-me para cima, verdade seja dita, nunca subi tão alto como naquele dia.
Senti-me como uma criança grande andando numa gangorra voadora, estava adorando aquilo e a gangorra levava-me cada vez mais alto, aquela seria minha primeira transa de verdade.
Eu ali, sem saber o que fazer direito com aquilo tudo, por um outro lado, ela mulher experiente, tomou as rédeas do cavalo e cavalgou além infinito.
Assustado e adorando tudo aquilo, fiquei impressionado com os abraços de pernas que recebia e num entra e sai fervoroso, ia jogando o corpo dela para fora da cama.
Era uma muvuca danada, um monte de pernas, duas em cima da cama, outras duas apoiadas no chão, sem contar com as três pernas da cama, isso mesmo, não sabia ainda, que no lugar de uma das pernas, existia uma lata de leite em pó e como a cama parecia estar viva, andando pra todo lado aconteceu o inevitável, um estrondo, dois gritos e aquela batalha a sete pernas teve de ser interrompida.
A cama aquela coitada acabou quebrando mais uma de suas pernas e a do mesmo lado, o que nos jogou bruscamente ao chão. Quase que o ocorrido me deixou no meio do caminho, mas, a minha vontade era de principiante, nem dei bola para o sucedido, lembrei da meia hora, tratei de puxar um tapetinho amigo e terminei o “serviço,” ali mesmo no chão.
No principio fiquei com ódio da cama, mas, depois achei uma delícia. Antes que eu pudesse pensar na próxima transa, bate à porta o porteiro preocupado, tudo bem aí? Pergunta o senhor, que barulho foi esse? Olha que esse rapaz é menor de idade, veja lá o que a senhora vai arranjar-me. Foi nada não, tratei logo de responder, foi à danada da cama que o senhor nos arranjou, com uma perna de menos, no lugar dela tem uma lata de leite, do outro lado da porta, ouvimos uma gargalhada, vamos lá garoto, você só tem mais dez minutos, disse-me o irônico senhor.
PCoelho