Quero partilhar com meus pares, de linhas e letras,
Lembranças das poesias contidas nas luzes e cores,
Do encanto do menino em terna e tenra harmonia,
De deslumbre com as descobertas da cidade grande.
Doces lembranças da minha infância, memória viva,
Da viagem rumo ao desconhecido do mundo grande,
Da cidade de automóveis, asfalto, vitrines e luz elétrica,
Dos meninos de sapato, televisão , bicicleta e matinê.
Lembranças da ida à modernidade das praças e prédios,
Do vai-e-vem de muita gente, por todo lado, lado a lado,
Lembrança dos medos experimentados no desconhecido,
E a insegurança tomando corpo, forma, apelidos e nomes.
Doces lembranças da minha infância, só depois assim doces,
No dia, tão amargas quanto o medo de “amarrar” as pernas,
Tão inusitadas quantas a emoção que as lembranças provocam,
Com o mesmo gosto, a mesma surpresa boba daquele tempo.
Quero sim dividir com meus pares e herdeiros de causos,
As lembranças da minha infância e o causo mais marcante,
A poesia das lembranças das luzes artificiais se ascendendo,
Iluminando a sala, a casa, a rua, a cidade, mesmo sem luar.
Belas lembranças. Doces bobas conclusões.