Poemas : 

DIREITO

 
Direita, esquerda - direita, esquerda,
Direita do que? Esquerda de onde?

Que lados são esses?
Do capitalismo, que se intitula o lado direto,
O lado certo, o lado correto de se estar?

No lado esquerdo, o torto, estaria quem?
O trabalho, o serviço, os servis?
Todos tem direito a sentar do lado direito Dele.

De onde vem esses rótulos, esses carimbos?
Que convenção é essa, com quem foi combinada?
Que plenário foi esse, quando? Onde?

Sei não.
Só sei que vendo meu trabalho pelo pão,
Pela sobrevivência hostil de um lado qualquer,
Mas vendo só o trabalho,
Meu lado certo convencionado,
Minha cabeça é o centro, o meio,
Minha consciência é minha convenção.

Não vou deixar que falsos lobos diretos,
Travestidos de pseudos cordeiros esquerdos,
Paguem e comprem minha cabeça,
Nem aluguem minha consciência,
Nem subestimem minha inteligência,
Só porque não quero nenhum lado..

Não vou deixar que abutres fúteis,
Se alimentem dos meus princípios ainda vivos,
Nem que as avestruzes das campinas,
Engulam toda inteligência humana,
Para alimentar seus cofres ou suas demagogias.

Não vou me colocar de nenhum lado,
Não sou torto, nem vil,
Só porque me nego a ganância ou hipocrisia,
Só porque me nego a optar por um lado.

Sou direito sim, nem direita, nem esquerda,
E na direita me sento,
Sem estar travestido de esquerda,
Tomado por vampiros sedentos
Ou hipócritas que sugam até as mazelas.



EACOELHO


 
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EACOELHO
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