Na suave brisa da manhã lanço os meus sonhos, em palavras soltas, esperando que a brisa as enriqueça no seu caminho e no regresso me devolva a alma que perdi- quando vos perdi - quando falar doia, quando as frases se desfaziam nos lábios cerrados, quando o coração se recusou a entender o que a minha alma fazia, quando o silêncio gritava tão alto que as lágrimas corriam assustadas e se perdiam misturadas na chuva, diluindo o tempo, a saudade, o futuro, levadas para este imenso mar vazio onde exilo o meu peito e me delato sem palavras de dicionário.
Parado no tempo, sem passado ou futuro, presente incerto, viajo no vento qual folha seca, bailando ao sabor dessa brisa. As pegadas que deixo me confundem no caminho de regresso e o encanto do passo certo fica adiado nesta amnésia de emoções, desvios e incertezas. Resta a esperança que o vento se apaixone pela vida e a brisa me traga a vedadeira côr dos meus sonhos.
Deixo a brisa lavar meu rosto, marcar o rumo das minhas lágrimas.
SaidSerra