Que triste lembrança que me deste neste dia
Ao partir, ficaram rosas brancas e um triste bilhete
E eu esperava um beijo de uma boca que sorria
E não as flores malditas deste lindo ramalhete...
~
Flores, que apesar de lindas, trouxeram-me a tristeza
São cores e perfumes, mas no fundo são apenas flores
E que era lindo para mim, hoje não inspira mais beleza
E sobra de mim, uma alma perdida nas dores...
~
Eu não quero mais flores e nem jardins
Enfeitarei meu caminho com cactos e espinhos
Não quero consolo, nem a proteção de serafins
Falta-me agora a vergonha, estou chorando sozinho...
~
Na hora do tango, enfeito-me com as rosas brancas
As rosas mudas, que me fizeram calar também
São flores más, apesar de parecerem tão brandas
Fizeram-me dançar, esperando alguém que não vem...
~
Não me traga flores, nem em meu luto
Não lhe quero falsa, regenerando-me quando triste
Elas jogaram-me em um escuro absoluto
E o tango morreu, e a dança em mim não mais existe...
~
Mas são só flores, rosas brancas, rosas lindas
Que no meu apogeu, foram-me tão felizes
Mas hoje marca a despedida de um amor que finda
Ai de mim, aqui nasceram apenas cicatrizes...
~
Por quê são flores más, flores tão perversas
Que me fazem lembrar, de meu ódio tão vil
E o que era amor, hoje é um sentimento às avessas
Então me escondo da flor, a flor que por mim não floriu...
~
Por quê é apenas uma flor, e ela é quem selará
Como as rosas brancas, rosas que me eram queridas
Mas garanto que em minha memória jamais se apagará
A lembrança das rosas, no dia de tua despedida...
~
Então direi que jamais volte para mim
Pois flores são más, e calaram-me por fim...
~
E no meu tango de despedida,
Direi adeus a ti, por toda a vida...
Re: Um tango de despedida (As flores más)
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