Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar os olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel.
Trago-te palavras, apenas... e que são escritas
do lado de fora do papel...
Não sei, eu nunca soube
o que dizer-te
e este poema vai morrendo, ardente de puro,
ao vento da Poesia...
Como
uma pobre lanterna que se incendiou!
Mário Quintana, poeta gaúcho (1906-1994).