Não sei quem sou, se sou
este se o outro
que espreita zombador por
detrás da cortina.
Não me posso fiar no espelho
para me dar uma
resposta conclusiva
pois quem vê com os olhos é doente.
Sou um misto de menino e de
homem que carrega sua cruz
pelos feitos
de um passado pouco recomendável.
É por isso que não sei a quem me sou
porque vivo do preconceito
vivo e factual
desse mesmo passado.
Cinco anos é muito tempo
é tempo de desculpar
e de acreditar novamente nas
minhas potencialidades.
No entanto não posso estar
na cabeça das pessoas
nem agir por elas
o que não posso é viver de preconceitos.
Sou tudo o que há e o que não há
sou simples
e também sou complexo
mas uma coisa não faço: não me vendo!
Poeta e escritor de todas as
realidades
sobrevivo e tiro felicidade do meu
trabalho.
Dir-se-ia que sou um dos demais
mas meu pensamento
é maior do que eu
logo sou maior que o homem comum.
Não sei quem sou
pretérito mais do que perfeito
excessivo
e assumidamente contundente.
Jorge Humberto
22/07/10