Te amar é ser caudaloso rio
Em deserto árido, escaldante...
Ser astro de luz pelo rígido frio
Em um universo eqüidistante...
É ser cometa com véu e cabeleira
Colina, Himalaia, Alpes e montes
Todas as cadeias de cordilheiras
Beijando o céu pelo seu horizonte...
Te amar é ser feliz sem se ver
Se perder na tua bela formosura
Beber o leite argênteo de luz da lua
E nos teus braços sorrindo, fenecer...
Te amar é ser as essências das flores
Ser sombra boa e famosa no Saara
Ser duro diamante ou escrita rara
Fonte ignota onde morrem as dores...
Não ser subjugado pelos olhos teus
É ser vil criatura nas negras noites
Ser renegado como filho de Deus
Ser torturado pelo aço do açoite...
Não te ter é ser pássaro quedo
Folha decídua em pleno verão
É arder nas chamas do inferno
E ter no peito, um oco coração...
Assim vivo minha vida... Peregrino:
Te amar e não te Ter no meu peito
Ser homem em pranto, como menino...
Ser, no meu próprio país... Estrangeiro.
Gyl Ferrys