Prosas Poéticas : 

A "DESCOBRIÇÃO" DO BRASIL

 
A "DESCOBRIÇÃO" DO BRASIL (by MENDIGNO)

PARTE I

Lá pelos idos dos anos de mil quatrocentos e cacetadas, nos bastidores palacianos do reino de Portugal, já se discutiam a data de se encetarem o “pinote” da família real para o Brasil. Tudo isso porque que um tal de Napoleão (que era bom em alguma parte, mas que ninguém sabia qual), invadia tudo quanto queria e estava ameaçando Portugal. Assim, seu segundo nome, Bonaparte, era uma incógnita.
Mas Brasil? Ora bolas... Tinham, primeiro, que descobrir esse tal Brasil e que ele fosse bastante grande porque Portugal, sendo tão pequenino, gerava atritos por invasão de fronteiras, sempre que se viajassem apressadamente.
D.João VI então, reunia seu conselho e aconselhava a pensar numa forma de chegarem a uma solução para o problema, pois via tambortel chegavam notícias, logo confirmadas via pombotel, que o tal Napoleão “bom-na-parte” se aproximava.
Ah, lembrando bem, uma parte ruim do “Napô”, (como ele gostava de ser tratado pelos íntimos), ele estava sempre mostrando, pondo a mão direita por entre o casaco, para aliviar a dor da úlcera.
Mas voltando ao assunto, o Conselho, de imediato, apresentou ao rei D.João VI a sugestão de o porta-voz (igual ao do Lula, aqui no Brasil), anunciasse e mandasse editar no paskin um edital de concorrência pública para navegadores/descobridores. Surtiu efeito e, na primeira reunião do conselho com o Rei, após esse evento, estava lá o Pero Vaz e Caminha, a quem o Rei ordenou: Pero, vai e caminha pelas índias e encontra esse Brasil. Mantenha-nos bem informado e, para isso, leve esses pombos sarados. E aí foi, velejando pela beira-mar, perguntando daqui, perguntando dali: Oh meu, chegue cá. É este o caminho das índias? O Brasil ta longe ou ta perto? ... Até que chegou no que parecia uma ilha e perguntou a um índio, que faturava uma índia: Oh de lá, responde a quem está de cá: O Brasil ta perto? Ao que o índio, sem olhar e nem sair da sua concentração, mostrou o polegar para cima, apontando a direção. Foi o suficiente. O Pero Vaz voltou porque ali acabava o seu contrato com o Rei.A partir daí que o Rei fizesse outro edital, dando vez ao Pedro Álvares Cabral.
Assim foi feito e pintou, de fato, um Pedro Álvares Cabral, que exigiu treis caravelas novinhas as quais deu os nomes: Santa Maria (em homenagem a sua mãesinha que era uma santa), Pinta (em homenagem a uma manchinha que a sua cachopa tinha em algum lugar escondida) e Nina (para não desagradar a sua sogra).
Partiu Cabral de Portugal com as suas caravelas, programado para descobrir o Brasil até o dia 22 de abril daquele ano, 1500. Velejavam no mesmo curso do antecessor e, a cada paradinha (para tomar informações), mandava subir umas aborígines para irem namorando sob o luar e as estrelas, visto que tais referenciais só serviam mesmo para namorar.
Na delegação portuguesa ia também um bispo aparentado com peixe, o DomPero Fernandes Sardinha. – Esse, coitado, foi comido frito logo de primeira porque a indiarada não dava
“ Colher de chá “ pra quem chegasse assim, sem que nem mais, sem aviso e fosse se arriando na terrinha brasilis.
Ah, lembrando bem...Naquela cartinha que o Caminha enviou amarrada no pombo ao Rei, aquela estória de que “em se plantando tudo dá” foi pura mentira, pois se ele nem chegou a pisar em terra? O que ele plantou mesmo foi a mandioca dele e da tripulação nas indiazinhas que deram carona ao longo do caminho, pois todas davam mesmo, se estavam ali para vadiar!...
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PINOTE: Retirada estratégica, fuga
SARADO: treinado, atlético
COLHER DE CHÁ: Chance, oportunidade
TAMBORTEL:telecomunicação por tambor
POMBOTEL:pombo-correio
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MENDIGNO 16/12/2004


 
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JWMacedo
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