Podes brilhar...
podes até fazer sonhar quem passa,
e tocas os homens com os teus sonhos,
podes ser sol na noite,
e luar no dia,
mas para mim não brilhas,
se na confusão de uma vida,
tens medo de viver,
medo de amar,
medo de sonhar,
podes brilhar luares cheios de vida,
podes brilhar imensidões de lagoas perdidas,
que para mim...
se tens medo...
não brilhas...
és estrela que se apaga,
és alma que não marca,
és vida que se perde nas gotas de um oceano,
se tens medo...
não podes te tatuar em mim,
se tens medo...
não podes atingir o infinito...
já que na sede deste infinito,
parece que a sede só se mata em mim,
porque na infinidade desta imensidão,
sorver as tuas lágrimas,
poderia se não tivesses o medo...
e misturar te em mim,
sendo uma só alma nestes luares desencontrados,
mas se tens medo...
podes até ser genial,
e saber a formula da imortalidade...
que eu prefiro a mortalidade,
nos braços de um grande amor...
Eu não tenho medo...
e posso descer a subir...
que quem caí também se levanta,
e do ultimo piso ninguem cai,
por isso...
Se tens medo...
não me tocas,
se receias,
não me tatuas,
se desejas não terás,
se na imensidão de uma vida,
te restringes a um cubiculo onde só estás tu e tu.
Nós fomos feitos para amar,
nós fomos feitos para ser génios,
nos corpos um do outro...
almas gémeas,
almas sidérias,
almas sedentas,
se tudo está mal...
é porque na sede existe o medo...
medo de não ser,
medo de não ter,
medo de não pertencer,
aqui, alí ou além...
mas haverá um aquém
a que pertence o nosso coração...
se nessa exactidão,
não haja o receio...
de ser menos que na razão.
E na prontidão...
de quem sonha mais além...
eis que surge...
o anjo...
para dizer...
estou aqui...
estou para amar...
estou para sonhar...
estou para ti.
Alexander the Poet