Quisera entender a mesmice da ganância,
Repetida insistentemente pelo quero mais,
Acometida da cegueira de valores tantos,
Que não sejam da visão da avareza vil.
Queria entender a inércia doentia de tantos,
De viver por viver, com o norte às avessas,
Deixando as horas se irem assim sem tento,
Passando pelos dias somente por passar.
Talvez seja só um querer abstrato, irreal,
Uma vontade latente de apreciar o equilíbrio,
Nem tanto um mar revolto e irado de ganância,
Nem a praia tomada pela indolência da preguiça.
Certamente só sonho e esperança desmedida,
De deslumbrar a harmonia dentre os desiguais,
Aparando as pontas das desgraças sociais,
Com muito menos mais, bem menos menos.
A natureza pura e nua dita regras diferentes,
A lógica humana ensina estrada diversa,
Perdemos o caminho, em distorções doentias,
Apesar da inteligência e dos sentimentos,
Que deveria nos fazer simplesmente iguais.
Que fosse equilibradamente semelhantes.