Há uma magia construtiva
Que me faz encontrar
Estranhos seres…
Espumas, cores…
Ouço a escuridão ascender
Numa caixa tubular,
Num dia límpido,
ouço o som do mar…
É um memorial de vida
Exércitos de ondas a exorcizar
Almas são tulipas
Que gritam e questionam
Duetos entre Sol e Lua…
Num paraíso já antigo
De profecias malditas…
Ambos afinal são estrelas
Aríetes de luz,
lançados ao acaso
numa intercepção que seduz
duma sombra que é tua
e dança para mim
Numa noite de Julho…
Com nuvens escuras
de um romance fastidioso…
Que procuras afinal
Quando julgas céus rubros
Dum mundo impossibilitado de promessas…
Debilitado de sonhos…
Apenas reflexos
De espelhos multicolores
Feixes dispersos…
Que encandeiam a minha tatuagem
Que fala de ti…
Ainda é fresca…
E numa suave aragem…
Enquanto durmo
dela escorre sangue…
Pintando o solo
Num doce manto…
De vésperas calcadas…
Acordo e num relance de olhar…
Vislumbro as várias direcções de
Tuas vermelhas pegadas…
JC PATRÃO