Salvador
Anoiteceu em Salvador,
Pessoas apressadas voltam para suas casas
Na esquina, há a pregação de um pastor,
E noutra, um anjo bate asas...
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Itapoã ao cair da tarde acende sua luz
Na Barra, as pedras são cobertas pela maré
Na igreja o crente faz o sinal da cruz,
Soteropolitanos são pessoas de fé...
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No Rio Vermelho o trânsito se faz confundir,
Enfrento aqui meu sufoco até a Boca do Rio
Ônibus, carros e buzinas a confluir,
Numa poesia que Jorge Amado não viu...
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Pois há muita mulher cravo e canela,
E todas são como Gabriela, como Dona Flor
Descendo o pelourinho, ou no colorido das Janelas,
Jóias de Azeviche, da terra de Salvador...
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Eu encontro-me nas tuas esquinas,
Mas sigo perdido por tuas calçadas
Mas vejo nos rostos de meninos e meninas,
A lembrança de tuas vidas passadas
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Na Lapa há muito mais que andejos errantes,
Há filas de pessoas há espera de condução
Tem sorrisos, tem lágrimas, são vários os semblantes,
Muitas raças, no teu único pulsar de coração...
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E quando cai cálida a madrugada,
Os casais em ti encontram o amor
Mas ainda há pessoas nas calçadas,
E a lua nua, te beija Salvador...
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Há pessoas que com seu encanto se fascinam,
Nesta magia noturna, no silencio da cidade
Mas as luzes da manhã já te iluminam
Acendem-te para o mundo, escondendo sua idade...
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E o sol funde-se no teu horizonte,
Fazendo-se aparecer na praia deserta
É o começo de mais um dia contente,
E assim novamente Salvador desperta...