Não, não me faça chorar,
Eu não quero entrar na sua guerra.
Pois eu sei...Eu sei que vou sangrar,
E será apenas um sangue desperdiçado na terra...
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E do que vale isso meu irmão?
A quem pertenceram estas suas roupas rasgadas?
Como você sou farrapo, mas estendo-lhe a mão,
E digo, “guerra não”, ao ver tuas costas marcadas...
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Marcadas pelas chibatas da ingratidão,
Mas foi o que restou para nós... Impropérios...
Que parecem estar sempre com uma pedra na mão,
Ou procurando nossos ossos pelos cemitérios...
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Eles são assim mesmo, matam a fome na carniça,
E se deleitam quando consegue nos denegrir...
E fazem da nossa desgraça, a sua eterna cobiça,
Mas a você irmão, eu sei que não vão destruir...
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Então por favor, não me faça chorar,
Pois eu não quero entrar na sua guerra.
Porque amigo... Por você eu vou sangrar,
E se tu tiver que cair, então cairemos os dois por terra...
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Então conte comigo, eu não te abandono,
Mesmo que eu tenha que me manter calado...
Aqui há muitos reis, mas um único trono,
Então deixe que se matem neste fogo cruzado...
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O que restar de ti! O que restar de mim!
Serão troféus, para quem quiser ver...
Pois não procuramos dar para o começo um fim,
E nunca procuramos entender, antes de saber...
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Então quero ver a paz nestes teus olhos castanhos,
Somos anjos sem asas... Templários desarmados...
Ou talvez as ovelhas negras deste rebanho,
Mas poetas... Mesmo que a poesia tenha acabado...