Queria dizer das mulheres,
Seus segredos, seus desejos,
Dos seus cabelos que as emolduram,
Dos seus olhos que nos espiam e nos chamam
Da sua face que nos encantam e imantam
Da boca que nos cativam e nos atraem.
Mas queria dizer mais,
Contar da nuca e os arrepios,
Dos ombros e da beleza,
Do pescoço e do beijo,
Dos seios que fascinam,
Que alimentam os desvarios.
Queria dizer dos pés e da delicadeza,
Das pernas e do orgulho, da atração
Das coxas e dos convites, do deslumbre,
Das ancas e da malícia, da imaginação,
Da barriga e dos cuidados, da vaidade,
E também das mãos, do toque e do veludo.
Queria mesmo era dizer das suas curvas,
Dos riscos a que nos impõem, nos incitam,
Dos desejos que nos provocam e intimidam,
Principalmente aquela que mais apraz,
Que contém mais segredos e mais mistério,
E segreda toda a casta dos seus desejos.
Queria mesmo é dizer daquela parte, a parte
Sempre guardada sob a intimidade delas,
A chave escondida nos recantos do coração,
Mas que quanto exposta, destrancada pela sedução,
Daí sim se expõe, rebenta as tramelas e se faz teia,
E se manifesta e lateja e aquece e exala e se dá.
Queria mesmo é dizer dessa parte, a parte,
Que atrai todo desejo, caminho do pecado,
Beco do prazer,absoluto prazer, mais que prazer.
Recanto por onde caminha o extremo do êxtase,
Por onde a gente se perde, e deseja nunca mais se achar.
Parte centro da volúpia da vida delas e das nossas.
Queria mesmo é ir direto ao ponto,
Mas que sejamos cavalheiros,
Que guardemos seus segredos,
Que são tão delas, as vezes nossos,
Que nos calemos aos ouvidos delas,
E que nunca cheguemos ao ponto final.