Já nem sei se te quero tanto,
Mas a lembro toda manhã,
Nas tardes também recordo,
E nas noites te desejo sempre.
Jurei te esquecer outro dia,
Preciso te esquecer, concluí,
Já não preciso das tuas lembranças,
Nem dos nossos sonhos, para viver.
Mas o que farei quando vier a lua,
Insinuar que você também a vê,
E com a chuva quando cair suava,
E me fazer lembrar da janela,
Onde debruçavas na soleira,
E me esperavas chegar, tão assim.
Sossego meu coração, peito teso,
Tenho que segurar essa saudade,
Preciso conter os impulsos,
Já não te amo tanto assim.
Desejos controversos,
Dúvidas que até atormentam,
Dores nas lembranças, amargas,
Ânsia que correi até a alma,
Que arranha a garganta,
Que aperta o peito, que explode.
E as faíscas ferem, quase matam.
Já nem te amo tanto,
E vou te esquecendo cada dia mais,
Pena que os dias se repetem tanto,
As noites sejam tão longas,
E o pranto que ainda amarga,
É só controvérsia das minhas vontades.