O direito da vida pode estar na esquerda,
Ou no lado direito do rio que vai passando,
Levando as águas sob a ponte da reflexão,
Que hoje, pendam à direita da razão,
Que amanhã sejam à esquerda da lógica.
Independe o lado e as razões ou a lógica,
Importa que os dias passem como as águas,
Que haja uma ponte sobre o rio do pensar,
Permitindo deslumbrar as duas margens,
Enquanto as águas continuam passando.
As águas lavam almas porventura sofridas,
Lavam também o ego centrado em demasia,
Sentado na ponte olho as impurezas que passam,
Levadas pelas águas advindas das nascentes,
Tão infindas como meu gosto pelo viver.
Tenho tanto pecados para me arrepender,
Tantas mágoas para serem lavadas,
Preciso de um rio assim na minha vida,
Uma ponte para que eu sente e pense,
E que as águas não tenham fim nem limite.
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