Quando eu chegava cansado da escola Encima da cama colocava o guarda-pó Também aí deixava os livros e a sacola Comia e ia para a roça queimando ao sol
Descansava na sombra de um pé de café E escrevia palavras ao chão, na poeira No serviço braçal eu não levava muita fé Pois gostava de estudar a semana inteira
Às vezes até versos eu escrevia no chão Versos simples que saiam da imaginação Ou alguns que havia aprendido na escola
Recordando esta cena há anos já vivida Penso que se tivesse insistido nesta lida Acho que hoje eu estaria pedindo esmola.