Ás vezes fico esperando o seu amor tardio
Cubro-me de ansiedades e desejos e me digladio
Num jardim onde não existem flores
Onde encontro pétalas secas e sem odores
E mesmo depois de me digladiar
Em vão, amiúde e tanto
A flor que encantou-me não pude salvar
E minha alma ensopou-se com meu pranto
Que gota a gota escorreu
Dia e noite e ninguém percebeu
Que a correnteza das lágrimas
Levavam uma flor que desabrochou
Tão linda, tão pura, tão cheia de vigor
Mas que logo murchou
Me Senti como um peixe fora dói cardume
Pois me perdi ao aspirar o teu perfume
Que exalava pelo ar
Você pode até dizer que me viu chorar
Quando apagou-se a última chama
Eu me digladiei neste drama
Pois o meu jardim converteu-se numa arena
E o meu sonho de amar num dilema
Pois as lembranças traspassaram-me o peito como um gládio
Arrancando-me as palavras dos meus lábios
Cobrindo-me de receios
Sufocando estes fortíssimos anseios
Que me serviram de sustentáculos
Eu esqueci de lembrar de medir os obstáculos
Mesmo quando não tive outra saída
Só para te dizer
Que a única flor que brotou no jardim da minha vida
Morreu de saudade de você.
Escritor Jailson Santos
Escritor Acadêmico Jailson Santos