O sol brilha alto com sua mancha
Mancha de quem partiu e ainda está
De quem ficou e não faz diferença
Do artífice cruel de mentes perdidas
E de um Nero incendiando as ilusões
Mancha dos condenados por amar
Dos libertos sem condições de se dar
Das pedras que insistimos em tropeçar
E das outras que atiramos por prazer
Mancha das águas que não lavaram
Da sujeira que escondemos sem pudor
Das palavras pérfidas que pronunciamos
E das balsamizadas que não dedicamos
Manchas de um coração libertino
Daqueles que nem sabem se ainda batem
do sangue que não paramos de derramar,
E das lágrimas em nossa maquiagem
Mas o sol continua a brilhar...