Ando causticada de imagens que inundam de enganos a alma. Não, não estou deprimida e nem tão pouco de baixa auto-estima, Só estou rouca de gritar teu nome, e seca de reclamar teu calor. Não quero Herói nem Anti-Herói, passei do tempo do Super Homem, E o Príncipe da Disney ficou um tanto para trás. Quero sólidas bonanças, que me tragam de volta a criança, Que reformulem meus sonhos esvaziados pela solidão.
Prefiro ficar com o “Homem Aranha” de Jorge Vercilo, Que me salve e atire ao precipício das paixões, E ao mesmo tempo cuide de mim, das crianças, partilhe as contas e o lavar louças. Esse herói que me arrebate sem me roubar os pés do chão, Nem roubar meus bens, materiais e emocionais. Essa é a teia que quero cair. Prender-me.
Se assim não for, continuarei a andar sobre corda bamba, Plenamente confiante e com meu chapéu coco... Ou solta nas marquises, presa apenas ao precipício, Preferirei os votos de “só” que aliam a paz. Sou segura e sou capaz. Banco-me e me amo. Por isso reclamo por ter motivos mil para querer repartir. Compartilhar meus dias cheios de poesia, e as noites quentes da minha maturidade. Por isso brado! Se não vir apto ao envolver, um cão sequer acolher, De verso nada entender, e nada tiver a dizer não se atravesse. Não há mar, nem haverá velejar.
Homens de bem ou do bem: reservem-se ou entreguem-se, Jamais parem no meio do caminho. Na dúvida, não há o que duvidar. Sapos, não aquecem os pés, Príncipes ou Cavalheiros já cegaram suas espadas e se foram seus cavalos, Homens de bem são bem - vindos, Desde que tenham as asas da liberdade que possuo, Voejem soltos e sem laços ou nós, E queiram se atar a mim. Only this... Only me.
Se assim não for, Desarmem-se, Não haverá partidas ou partilhas. Quero teias e Homens - Aranhas.
Assinado: Alguém que se socorre na lucidez pendurada a um varal por sobre o poço da solidão.