Escapam entre os dedos os dias,
Que vão se perdendo no caminho,
Corroendo o tempo que se desfaz,
Agredindo os sonhos que se apressam,
Transformando as estradas em trilhas só.
Coerência morna que se apazigua,
Amornando a vida, as ações, a lida,
As esquinas sempre mais transparentes,
As curvas sempre e sempre menos curvas.
Calos nos ombros dos açoites do estimulo,
A praxe da persistência já é regra, hábito,
Já não se adia os desejos por conta do depois,
Que seja sempre agora, pois o porvir é incerto.
Que não joguemos o tempo ao léu, ao ócio
A vida só tem um tempo, quisera saber o tamanho,
A vida só tem um dono e somente a si pertence,
Se a pressa é imperfeita, a preguiça é madrasta dos dias.