Vida correndo na garupa do tempo,
Na mochila do caroneiro da aventura,
Que corre estradas, sonhos e deslumbres,
Sem hora, nem tempo, nem aonde chegar.
O que vem depois pouco importa,
Importa os prazeres desse caminhar,
Vivendo cada vista e engolindo poeira,
Saboreando as sombras para descansar.
Que venha o cansaço, o fim da estrada,
As lembranças afagarão o recomeço,
E hei de lograr importâncias ao porvir,
Não agora que o tempo corre e passa,
E a estrada continua me aguçando.
Quando chegar a hora, saberei entender,
Que é hora de sossegar, buscar raízes,
E fincá-las em escoras de cedro velho,
Vislumbrar o futuro, com olhos de águia,
Saboreando imagens de poeira da vida.
Tudo tem seu tempo e o tempo sua hora,
Na mente inconseqüente do aventureiro de agora,
Que ainda será moradia do equilíbrio e sensatez,
Aí sim, medirei cada palmo do chão que pisarei,
Substituirei a mochila às costas por bússola ao coração.