Joãozinho em sua casa
Viu lá fora um passarinho
- Tadinho! Não tinha asa
- Tadinho! Não tinha ninho
Não existe nesse mundo
Tamanha judiação
Passarinho moribundo
Sem asa e sem canção
Como pode ele cantar
Vivendo assim tão triste
Se não pode nem voar
Pra buscar seu próprio alpiste
Joãozinho com tanta dó
Quis confortar o passarinho
Numa árvore pelo cipó
Subiu e lhe deu um ninho
Feliz ficou Tadinho
Em sentir a sensação
De ter de novo um ninho
De ter um novo amigão
Mas a maior aspiração
De Joãozinho é conseguir
Fazer voar seu amigão
Ver lá pro céu ele subir
E com isso poder ouvir
Seu canto feliz e alegre
Cantar pois não pode sorrir
Cantar pois sorrir não consegue
Joãozinho então construiu
Duas asas de papelão
Com a aquarela coloriu
Na cor de seu amigão
Subiram numa mangueira
O mais alto e longe do chão
Logo sentiram a tremedeira
E disparar o coração
Joãozinho lançou Tadinho
Como se fosse um avião
- Voa, voa amiguinho
- Voa e canta uma canção
Tadinho planava no ar
Com a alegria que nuca teve
Joãozinho chegou chorar
As lagrimas ele não conteve
Após chegar ao chão
Já sabia o que fazer:
Cantar a mais bela canção
Para Joãozinho agradecer
E foi assim que se firmou
Entre Joãozinho e o Passarinho
Essa amizade que aflorou
Por um canto, um vôo, um ninho
Mais que isso essa amizade
Simboliza a compaixão
Pois não há dificuldade
Que pare um sonho em construção
Obstáculos existem
Pra serem superados
Diferenças não existem
Para os abençoados
E aqui termina o conto
De moral bem entendida
Se fizer certo ganha ponto
E uma lição pra toda vida<br />
Mário Piccarelli