Benditos sejam todos os poetas,
Na sua arte-maior da prática da alquimia.
Que transformam simples e meros beijos,
Em paixão que arrebata corações alheios.
Dos simples verbos qual barro bruto,
Dos adjetivos pobres qual areia seca,
Bordam versos qual sonhados diamantes,
Que enricam pobres corações desalmados.
Benditos sejam todos os poetas,
Que vendem sonhos a perder de vista,
E até onde alcança a vontade e a esperança,
Lá seus versos também estão dependurados.
Benditos sejam todos os poetas,
Que tecem versos de letras em letras,
Qual as rendeiras fazem nós nos fios,
Enquanto – ambos – dedilham a vida.
Assim como as benditas benzedeiras,
Que lavam almas e varrem os males,
Benditos sejam todos os poetas,
Que adoçam sonhos temperando a vida.