Silencia o poeta,
Chora silenciosamente a poesia,
Os poemas desfolham e o vento os leva,
Calam-se todos os cânticos e as alegrias.
Calma, isso não é verdade,
Só brincadeirinha de um poeta menino,
Supondo um apocalipse imaginário,
Para curar soluço dos amantes.
Nada silenciará o poeta,
No desamor ele grita versos,
Na noite ela diz das estrelas,
Na chuva vangloria o corpo molhado
Se existe tristeza ele escreve um arco-íris,
Na despedida valoriza o lenço, canta a dor,
Na alegria seus versos dizem da vida,
Mesmo na morte ele busca algum valor.
Não cala nas tempestades,
Grita a desigualdade,
Explora a esperança,
Desdenha a saudade.
Nada silencia o poeta,
Mesmo no silêncio não emudece,
Nos pensamentos que vagam,
Existe a voz muda dos seus versos imaginários.