Ao acordar sob a luz tão fria
Que maltrata o corpo com acidez
Minha mente olha e nada vê
É com preguiça que me recomponho
E nem os sonhos, aqueles doces que gostamos
Trazem à boca o mel das palavras
A lira seca a garganta embassada
Meu verso treme de tanto frio
E meu louco delírio não chega ao fim
E meus dedos esparsos pena ao léu
Nem os rouxinóis que cantam lá do céu
Trazem meus versos ao teor do coração
Quero suplicar um rio sem limites pelo olhar
Que deságuam das lágrimas no mar
Meu doce verso não mais cabe em mim
Proponho então uma barganha com a ternura
Meu verso explode dentro do meu peito na amargura
Tão doce seria minha inspiração!
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)