Cansa-me ter de pensar
Nesta vida oca sem sentido,
Onde todas as realidades derivam de causas e efeitos
E os seus consequentes desatinos
Se espelham num “eu”, mas afim…
Cansa-me ter de enxaguar
Lágrimas por cada devaneio perdido!
Onde cada anuir brota de defeitos.
Não existem passos divinos,
Cada inicio é um anunciado fim…
Cansa-me, andar assim cansado de amar,
De apregoar no brio dos silêncios e nunca ser ouvido.
Serei a causa ou o intuito além da soma dos deliberados conceitos?
Se me pesa a silhueta negra do pensar sobre afectos cristalinos,
Ao ponto de conceder-me tão vazio de quimeras em mim…
Paulo Alves