sem rosto.

deixo-te com o vento hoje, sempre tão só. o coração bate com a cabeça. amanhã será o dia seguinte hoje nunca deveria ter sido. tenho saudade dos corpos, do tempo de minha mãe me bater, de saber quem me fazia mal e senti-lo na pele ainda pequena. hoje batem-me e não sei quem é. amanhã é sempre o dia seguinte. penso do mundo os espaços vazios e lembro a distância nos dedos das mãos, sempre tão fechadas. trazia no peito histórias felizes que inventei quando a noite comia o conforto do corpo pequeno, tantas vezes violado. morreram hoje ao príncipio da tarde, todas as histórias, afogadas por um caudal de lágrimas vorazes. não sei hoje como te dizer que todas as histórias de amor te procuram.