O Poeta não é um mago das palavras
Antes possuidor
De um indómito sentimento
Inspiração
Transpiração, também
Sei lá!
Mas eu vou por aqui
As mãos abanam um pouco
Às vezes
Como se combatessem uma quebra nos níveis de cafeína
Céus
São tantas as ideias
As palavras pululam
Como sombras arredadas de um sonho vespertino
- já nem sei onde pousar a vista
Outras vezes o Poeta
Sente-se o epicentro da bifurcação da civilização
Os pulsos estremecem de angústia
Sente o crepitar da electricidade
Qual condenado na cadeira da redenção
Mas eu não vou por aí
Outras vezes mais
O Poeta sente-se desmultiplicado
Sim, eu vou por aí
Introspecção
Eu vou por aí
Exaltação
Eu vou por aí
Questionar, porque não
Eu vou por aí
Jubileu de criança
Sim, eu vou por aí
Sei lá, eu vou por aí!
Mas, real ou fingimento
Natural ou sofrimento
Eu só vou por aí
Contigo aqui
Mulher
Sim, eu vou por aí
Eu vou por aí