É difícil respirar aqui
neste cativeiro que me prende
chamo-te grito busco por ti
mas tu não estás mais
minha voz cala e a alma se arrepende
tu nem olhas e sais
trancas a porta levando as chaves
levas todos os meus argumentos
válidos e não válidos
eu não sou o que de mim fazes (tu sabes)
e agora nestes longos momentos
tão pálidos
tão nada
eu sou apenas a sombra
dum corpo inexistente
duma alma abandonada
nesta cela enclausurada
pego apenas na corrente
tentando-me soltar
apenas procuro abrigo
desse teu ácido olhar
mas não consigo
algo me derruba e grita comigo
não para de me lembrar
os erros do passado
que já tentei emendar
mas sou sempre o errado
que te divertes a julgar
e nesta prisão me arrasto
lembrando
imaginando um tempo melhor
esse tempo está já gasto
o restante sabe a bolor