Perco-me tanta vez por entre a esperança Vasculho cada detalhe da ilusão Numa entrega que se rege pela sofreguidão Com que tento afastar o peso na lembrança
Ai Deus, como pesa na solidão Nas noites mais frias o vazio chora Um choro baixinho, até romper a aurora E de longe chegar o ladrar do cão
Penso tanta vez bato a porta, é hora Será que ao longe o frio é mais quente Será que o mundo era melhor sem ter gente Serei eu capaz de viver, sem dia nem hora
Perco-me tanta vez e de forma diferente Sempre que a solidão me lembra o ausente Fico irracional, quase demente Sou matéria oca mas contundente
Sempre que a ilusão me visita Enfeito-me de sonhos e esperanças Esbugalho o olhar, e entro na dança Até a morte me parece bonita Mas, o cão que ladra na vizinhança Grita-me, olha o dia já nasceu… Diz-me que alguém está pior do que eu Recorda-me que a vida, é nada sem temperança.
Antónia Ruivo
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´ Julia_Soares u...