Poemas : 

Olhos Maternais

 
Ai, que saudades que tenho
De quando eu era pequeno
Nas noites frias e sem fim
Eu tinha os olhos serenos
De minha mãe juntos de mim!...


Ai, com quanta tristeza recordo
Parece até que sinto os afagos
Dos toques dos dedos, dos abraços
Que, após anos, ainda choro!...


Como eram leves as mil carícias
Naquelas noites longas e escuras
O peito se enchia-me de alegria
Pelo excesso de carinhos e ternuras!...


Ai, eu era apenas um infante!
Se meus sonhos eram angustiosos
Meus olhos se viam naquele semblante
E dormiam olhando aquele par de olhos
Amorosos...


Como se embebiam em mim aquele olhar,
Olhos meigos de mãe e santificados,
Ali, me fitando na arte bonita do amar,
Roçando-me com o veludo ardente dos lábios
Numa cena mágica que nunca mais vai voltar!...


Mas veio tempestades e raiou um dia
Com ventos soprados do peito de Deus
Que queria para si, mais uma filha
E no dia que nunca me esqueci... Adeus!
Minha mãe foi para Tua companhia!

Um beijo meu!
Saudades infindas!







Gyl Ferrys

 
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Gyl
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Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 08/07/2010 08:10  Atualizado: 08/07/2010 08:10
Usuário desde: 28/07/2009
Localidade:
Mensagens: 10799
 Re: Olhos Maternais
A figura maternal, aqui bem recordada com tanta saudade, quase diria ser um dos meus escritos.
Mãe é sempre mãe e parta mesmo já velhinha sempre deixa saudade, sabe a minha faleceu com 97 anos, mesmo assim sempre a vejo por perto.
É lindo teu poema assim como a saudade que tens de quem te amou mais que ninguém.

beijo, me emocionei sabes!?

rosa


Enviado por Tópico
eduardas
Publicado: 08/07/2010 22:02  Atualizado: 08/07/2010 22:02
Colaborador
Usuário desde: 19/10/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 3731
 Re: Olhos Maternais p/Gyl
ternura, emoção se enchem neste hino repleto de momentos.

olhar de mãe serã sempre eterno.

bj
Eduarda


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/07/2010 19:55  Atualizado: 11/07/2010 19:57
 Re: Olhos Maternais
Tanto amor vertido, que melodia suave feita de amor e de dor, senti-me aí com medo de partir e deixar a Caty... a vida troca-nos as voltas e quando Deus nos chama é hora de partir e de deixar crescer mais um pouco quem ficou...

Amei o teu poema, feito de amor e ternura, por essa mãe maravilhosa que te deu tudo aquilo em que te tornaste, um ser especial.

Continuas a ter o brilho da armadura brilhante!

Abraço com carinho da família

Alice Barros