Luso-Poemas
 
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a voz de r.

 

. façam de conta que eu não estive cá .






chegou ao 36 com o mundo aos olhos. estava cheio. do lado esquerdo a bagagem de dias e dias seguidos de dias para sempre. queria chorar com as mãos, meteu-as à boca e tirou-lhe o céu. não o queria. que lhe doía no lugar das palavras, acocorado ao canto, à espera que os dentes o enchessem de estrelas. sabia por onde ia, que vento o levava, que terra o chamava. cabeça dentro da terra para não escutar a voz do coração. estava imóvel. o termómetro do corpo abrandava os movimentos, era tarde e estava calor e ele tão só. abriu as gavetas do peito para organizar as memórias. queria morrer feliz. de pernas para o ar falou a língua do corpo que longe ama.







 
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Margarete
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A minha verdade.
.cinquenta e oito.
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onde se lê esperança deve ler-se agonia: território banal, delimitado e sempre longe.
requisição 2
a primeira folha
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Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 06/07/2010 17:02  Atualizado: 06/07/2010 17:02
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3734
 Re: a voz de r. p/ Margarete
Sinto-te cada vez mais palavra quando vejo em cada passo teu se desenhar mais uma letra.

Beijo

Enviado por Tópico
Inspiração_Estelar
Publicado: 06/07/2010 17:04  Atualizado: 06/07/2010 17:04
Da casa!
Usuário desde: 14/05/2010
Localidade: Portugal
Mensagens: 330
 Re: a voz de r.
Poético, sem sentido, mas com nexo.
Gostei muito!

Beijinhos

Inspiração

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/07/2010 22:30  Atualizado: 06/07/2010 22:30
 Re: a voz de r.
Muito bem apurada esta voz; melhor, esta voz que, por tanto querer falar, destrói a boca.
Sempre um prazer.

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