Volta a beber deste vinho que
Trouxe perdido de outras bocas.
Vinha já esquecido doutros recantos
Da minha boca.
Bebe em tragos fortes e profundos!
Trago-os também fortes e também profundos!
E também te estrago com o vinho...
Com este vinho que mandei pisar
Quando ainda mal adivinhava o seu sabor.
O seu paladar a frutos secos
E amargos como as amêndoas
Que vejo nos teus olhos doces.
Entrego-te num copo de vidro
Ainda baço e marcado com linhas
Dos outros vinhos.
E ainda marcas doutros tantos lábios
Onde despejei outros tanto litros
Doutros tantos vinhos e deste, também.
Os paladares confundem-se!
Mas não os vinhos.