Crónicas : 

Bye bye Brasil

 
Era uma vez uma seleção...

Agora era fatal,
que o faz conta terminasse assim...

(Chico Buarque de Holanda e de todos nós)


Junho morre...Julho nasce triste,frouxo, sem garra e sem graça, seleção derrotada não pelos adversários, em minha opinião, mas por seus muitos erros e sua soberba.Julho ainda repleto de futebol ocultando más noticias, as falas da minha alma que não foi envenenada pelos adjetivos idiotas outros francamente primários, mas adjetivados com um ufanismo de vendedores de ações de falidas por alguns narradores... quem dá mais pelos garotos de 12 anos ou menos, nascidos na barriga da miséria mas com um filão de ouro nos pés ?
Um triste craque do passado que sempre jogou mais sentado que de pé rei do carrinho e limitado ex-técnico se arrogando em rebater com seus parcos recursos de intelecto, pois era proibido criticar o personagem de Cinderela... um dos maiores e mais respeitados cronistas esportivos e cidadão presente em todos os momentos difíceis de nossa cidadania,Juca Kfouri, que além de inteligente ou por ser...é Corinthiano.(Rs)
Vejo do meu reduto paulistano, o futebol que amo nos pés da África, rasgando sorrisos
brilhantes de negritude em seus rostos, e a alegria mágica do futebol ainda
não totalmente vendido...aproveitem isto tampouco ira durar, contratos parcos, futebol sem compromissos outros que não o prazer da bola tocada a carinho, os meninos de Gana, perderam ingênuos de futebol mas com humildade, de pé com um sorriso moleque nos lábios recebendo em sua derrota digna cumprimentos de um dos maiores homens dos séculos XX e XXI, Nelson Mandela.Nos recordando outras épocas em que nos encantávamos de bola e ela (a bola) se encantava de nós.Quando um Pelé menino não saltava para matar a bola no peito, mas pousava no gramado como um anjo negro bola aninhada ao peito, mulher amada descendo mansa e obediente para que seus pés viajando no espaço para inflar a rede qual uma barriga prenhe de espetáculo.Um Garrincha brincava de marcar gols deixando adversários atônitos caídos no chão vendo suas pernas tortas coreografarem o espetáculo de sua genialidade, futebol de Didi, Tostão, Jairsinho e vai por uma legião de Rivelinos, Romarios etc e etc, vendo nossa seleção pequena como seu treinador, se perder nos seus egos que querem marketing, grandes contratos...e bola ?(Há exceções, que apenas confirmam a regra.) Como diria o saudoso Fiori Gigliotti descem as cortinas do espetáculo, o mundo em muitas guerras surdas ocultas e canalhas como todas as guerras, tragédias provocadas pelo nosso descaso pelo planeta, sociedade se deteriorando e se perdendo nas drogas na falta de valores e no descaso da mais valia.E a gente perdendo a alegria do futebol arte, que transformou nossos meninos pobres em ricos empresários da bola.Em Junho esquecemos das festas juninas, das bandeirolas que Volpi eternizaria em arte. Desta fogueira de vaidades sobram as cinzas de fogueiras antigas perdidas na infância..., aonde ainda resta o calor de um passado recente, alegria serena igual a uma boa e aconchegante tristeza, que se dissipara nas férias de Julho deixando lá no fundo de cada um de nós a melancolia de uma alegria roubada quase como um amor frustrado...que morreu sem ter nascido.
Segunda feira em São Paulo.Que meu abraço encontre o seu sorriso.
Carlos Said


 
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Carlos Said
 
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Enviado por Tópico
fcsguimaraes
Publicado: 05/07/2010 17:24  Atualizado: 05/07/2010 17:26
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 Re: Bye bye Brasil
Caro amigo começando por Chico Buarque , o brasileiro que mais admiro digo-lhe apenas que essaa tristeza "Vai Passar". Quanto ao futebol, do qual sou fanático apreciador (e não torcedor), digo-lhe que apesar doos Filipes Melos e dos Dungas, o futebol brasileiro continua a ser a par da MPB um dos maiores patrimónios artísticos não apenas do Brasil como do mundo. Mais triste do que a mecanização do Brasil nesta copa e o medo crónico da minha seleção portuguesa em assumir o jogo sem medos num grande cenário; o que verdadeiramente me entristeceu foi aquele lance do Pelé contra o Uruguai não ter entrado em 1970, o facto de não haver tantos videos quanto o desejável dos dribles do Mané; o facto de Zico e Cruiff não terem ganho as copas que o futebol daquelas duas equipes merecia. Também Romário me desapontou pois poderia ter muito bem aproveitado a corrente hoje muito em voga e ter escrito um livro sobre futebol. Mais concretamente, sobre quais as equações que roubou a Einstein para fazer aqueles passes tão milimetricamente certeiros para a baliza do guarda redes quase sempre futuro bobo. E também lamentar que o joelho de Ronaldo tenha cedido às leis da física (quanto futebol nos foi roubado!). Ronaldinho provou-nos que é possivel levar os sonhos lá para dentro embora esse futebol seja tal como os sonhos algo fugaz). Mas o que interessa é que estivemos cá para presenciar. Voltando a Chico Buarque "Deus lhe Pague" Brasil!