Há determinados dias na vida,
para os quais melhor seria
não ter despertado.
Incrível que estes dias
nem de longe você imaginaria
o quanto seriam aborrecidos.
Você pode não ter motivo aparente
para se sentir transtornado
mas, eis que explodem de repente.
Hoje decerto foi um desses dias
de terrível lembrança
fatídicos, de causar enxaqueca.
Esses dias, apesar de tudo, são necessários
para testar o limiar de tolerância,
para cultivar a paciência.
Hoje, inafortunadamente, o poeta
sucumbiu a uma cena inusitada
ao retornar para seu lar, após a labuta.
Fato passado, pico hipertensivo
chateação natural, fica sempre a pergunta
porque reagimos tão mal a algo inesperado.
E quando este algo significa uma agressão
aos nossos valores, à nossa ética,
à moral e aos bons costumes?
É quando desperta em nós o lado irracional
que dá margem a entrar em um beco sem saída?
A uma discussão sem sentido, gratuita.
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em julho de 2010.
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Re: Um dia de cão
