Outro estalo da fogueira. Temos que apagá-la. Tudo bem. Mario apagou a fogueira com areia. Hoje, nós caminhamos dois quilômetros a menos do que o planejado, teremos que caminhar mais amanhã. Ok, tudo bem vamos apenas dormir. Cortava o coração dele ver Aline com aquela cara de angustia, sabia que ela nunca havia se apaixonado por ele, mas foi quando ela sorriu que ele se apaixonou por ela. Era deslumbrante quando sorria, os dois olhos expressivos e sempre tristes se iluminavam como jatos de água contra a luz. Ele olhou para as estrelas, respirou fundo e entrou na barraca.
Aline estava deitada com uma blusa de alcinha branca e com um shorts jeans, aparentava estar dormindo. Paulo tira a camisa, arruma suas coisas e deitou-se; foi quando ele reparou uma tatuagem nova nas costas da mulher ao seu lado, afastou a blusa branca para olhar, um grande “M” negro tatuado perto do ombro esquerdo, nas costas; ele sorriu e se ajeitou na cama para dormir. Mario tá muito frio, tem mais alguma coberta? Ela sabia que não tinha. Não, mas toma o seu casaco. Ele se provou um idiota. Obrigada. Por nada. Você viu o “M” não é? Sim, o que significa? Um filósofo do século quatorze certa vez teorizou, que existem cinco niveis de amor, cada nível de amor você fizer eu atingir, eu tatuarei uma letra do seu nome, até ficar totalmente e perdidamente apaixonada. Ele não sabia o que dizer, o que fazer, só não conseguia desviar o olhar dela. Queria dizer que amava-a muito, que era o único motivo de não ter parado a viagem depois de Roma, queria dizer que era a mulher mais deslumbrante do mundo e que faria qualquer insanidade, qualquer uma para que ela sorrisse novamente. Não disse nada, sabia que falar só faria com que ela se afastasse, as mulheres trabalham com a psicologia reversa, se você quer não pode demonstrar. Dormiram, no outro dia voltaram a caminhar.