Nesse chão riscado,
Entendo que é tudo resultado da mera ocasião,
Que não há um culpado,
Nem denominação.
Aquele que já sofreu carrega consigo grande dor,
Aquele que já morreu só levou o amor,
Quando nada se tem a perder,
Deve-se arriscar tudo o que temos.
Nesse chão tão maltratado pela dor,
Tão desgostoso pelo amor,
Abandonado e sem carinho,
Silencioso e sozinho.
São nossos corpos em queda livre a morte,
Ao desenrolar do tempo,
Com tanta falta de sorte,
Acabam se perdendo.
E ao se perguntar aonde foi que erraram,
Encontram-se entrelaçados a uma mesma linha do pensamento,
Que se perdeu há tanto tempo,
Que já não existe resposta.
Quando a loucura nos bate a porta,
Resta-nos um lamento,
Pedindo a Deus que nos livre deste tormento,
Que nos persegue agora.
Tendo o homem como juiz,
A vida de aprendiz,
Todos julgaram,
E todos são julgados.
Culpe a quem culpar,
Não existe um verdadeiro culpado pela dor,
Não existe uma fórmula a despertar o amor,
Que a tanto vem adormecido.
O coração do homem,
Só tem lugar para seu ego,
Não importando o quando amem,
Somente o que faz bem para si.
Para deixar de pensar em si,
Não há segredo,
Só devemos parar de ter medo,
Daquilo que não conhecemos.
Tatiane Nunes Freire