O tempo urge em cada fim de tarde
Estreita os nossos anseios
Num ritmo agonizante
Tão decadentes são os nossos medos
Porque o receio me parece impostor
Há nele um não sei quê que me impele
A acoitar-me na noite que espreita
Numa vigia que me protege
De ti e de mim, numa clausura que é feita
Do imaginário infernal…
Meu amor
No recolhimento em que reinam
As tuas e as minhas paixões
Será que existem motivos para contradições
Será que a minha e a tua alma são da mesma massa
Será que o teu medo me vê nua
Será que temos as mesmas aflições
Não estará a coragem na união
Quem sabe não estará na junção
Do tempo que urge à noitinha
Sempre que cai uma chuva miudinha
Que geme na perfeita fusão
Com a terra ressequida
Como eu queria ter a mesma guarida
Que a agua encontra no chão
E o tempo, é definição
Ou o olhamos de frente, e saltamos mais que ele
Ou somos aniquilados, e aí é tempo de nada
Por mais que se martele
Jamais ganhará forma a calçada
Antónia Ruivo
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Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...