Escorrem-te lágrimas, brancas como leite, pelo rosto acima,
contra a vontade que se calhar até te era própria
- ou pelo menos apropriada. Aproprio-me eu do
teu corpo e programo-o a meu bel prazer abrindo
lacerações de amoralidades pelas tuas pernas abaixo...
Os teus braços, ainda que não estando amarrados pelos
pulsos com cordas de aço, parecem esticar-se como se
estivessem amarrados pelos pulsos com cordas de aço.
E parecem-me, fugindo, libertar-se da tua prisão:
o peso do meu corpo misantrópico de câncer.
E neste movimento centrífugo dos teus membros, afundo-me
em ti como se num mar de lama, de lodo, de sargaço.
E no teu mar-cama, eu te fodo, manualmente instruído,
passo a passo...
Uma mão angelical afaga-nos o cabelo e toca-nos o sexo em cada momento de desespero…