Pouco me lembro de minha infância,
Somente de velhas fotos apagadas,
Das velhas lembranças borradas,
Guardadas dentro de mim.
Saudade que tenho de ser criança,
De não ter problemas,
De poder me perder dentro de mim mesma,
Pondo-me todo tempo a sonhar.
Quando se cresce,
As coisas desandam,
Tudo muda de lugar,
Pondo-me a pensar.
Temos de saber equilibrar a vida que vivemos e aquela que sonhamos,
Estando sempre em cima deste muro,
Divididos entre dois mundos,
Esquecendo um pouco daquilo que somos.
Os problemas começam a existir,
E as resoluções parecem sumir,
Como poeira ao vento,
Afligindo meu coração.
Mesmo que o chão passe a desmoronar,
Tendo de correr ou caminhar,
Não posso deixar de seguir,
Tenho de esquecer meus medos.
Dividida entre o real e o irracional,
Entre o medo e a coragem,
Entre viver ou existir,
Corro para morte cada vez mais.
A cada dia perdemos um pouco de nossas vidas,
A cada hora diminuem a quantidade de nossos dias,
Mais não importa qual lado se escolheu para viver,
Somente aquele que se viveu.
Saibamos ser felizes nas tristezas,
E perder o velho hábito de olhar o fundo do abismo,
E ver o quanto ainda falta para que chegar nele,
Aproveitando todos os nossos minutos.
Tatiane Nunes Freire