A calamidade de um certo erro
Na caminhada de uma vida que tem seu preço
O prazer de viver torna-se desespero
Encontra-se a dor e seu endereço
Uma receia onde o choro é tempero
E o sofrimento é de janeiro a janeiro
Porque a ilusão tem este efeito?
Também não há como ser diferente
Persiste um grande e triste defeito
Ter medo do futuro e não viver o presente
Mesmo não havendo sonho perfeito
A alegria tem de ser a semente
E de um certo jeito
De repente não mais que de repente
Abri-se um sorriso e o próprio peito
E a felicidade ate então ausente
Treslouca o coração antes estreito
E num espaço de um instante
Compara-se como era antes
Da dor tão incessante
Formou-se uma alegria fascinante
Viver o hoje tornou-se o mais importante
Porque se descobriu como um “novo” habitante
Do mundo paralelo dos amantes...
C.H.A.F.