Me calo diante das possibilidades
quando as vertigens vêm e vão,
meus desregrados pensamentos...
Me calo quando não há chance
alguma, quando não há sombra
debaixo desse sol e quando
o sol se põe
e a lua é coberta
por nuvens cinzentas.
Me calo diante do copo de cerveja
vazio no boteco da esquina,
eu simplesmente me calo...
Não fecho os meus olhos
para o mundo, mas me calo convicto
quando tenho o mundo diante de mim.
E o mundo
me devora calado
e consciente.
Mas calado, assim, a observar a tudo
faço minha voz ébria rouca ressoar
na textura da uma folha de papel.
E assim, nasce mais um poema.
Flanando no Centro de São Gonçalo à noite, 22 de setembro de 2009.