Fina e airosa, a cútis casca de lua
destila por porosas crateras a alma.
A mão manipula as rugas da sua palma,
a inscreverem uma esbelta infortuna.

Desaguam no mar do coração subterrâneo,
trágicos enredos de lençóis de sangue.
Com fleuma melancólico no desânimo,
aguarda encéfalo pelo seu derrame.

Ossos, ossos e ainda mais ossos,
de todo o tamanho, forma ou espécie,
peças do esqueleto que quando a sós
fractura o crânio na montagem da efígie.

Círculos dentro de ciclos...
Ingestão, digestão, excreção.
Ciclos dentro de círculos...
Excitação, fecundação, ejaculação.

Voltas e revoltas do relógio biológico
num ritmo circadiano escatológico.
Tantas reviravoltas deixaram-me estonteado,
não me sinto, não sei quem sou e onde estou...

... regurgitei-me... mas nem no vómito me encontrei.

 
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