Não sei se quero a paz de um sono,
Ou se quero o sono-da-paz;
Só, quero ser sem-dono,
Um volátil viageiro fugaz.
Percorrendo as trilhas do destino,
Meu engano se desfez em verdade;
Relutei, meu cruel desatino,
Em extirpá-la da minha saudade.
Hoje, é rúbea a pedra que trago,
No peito, e que um dia foi bruta;
Segui o conselho de um mago:
O que lapida é o que não se refuta.
Verdades se fazem em mim,
Exagero o tudo que sou;
Enalteço o Ser sem fim
Derramando nos outros que estou.
Me liberto deste mundo
Me prendendo a você,
Mergulhando no cosmos profundo
Da interioridade do teu por quê.
Minha veia – minha Láctea –,
Minha verdade forense,
Em meu escuro és minha réstia.
Rubi, a mim você pertence.
Mário Piccarelli