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Dimensões VI – Consciência

 
Desenham-se na minha memória, as mais variadas figuras. Sinto que elas farão da minha história, um momento de glória ao enfrentar os perigos, desafiando-os mas glorificando-os. Serão antes de mais um perigo eminente, se não lhes consentir o desejo maior, de as retirar do alforge do conhecimento da vida. Esta nunca será medida por um punhado de ideias que nos povoam o pensamento, será sempre uma arma constante no mundo do saber.

Quero que me guie, sempre que me encontrar num mundo pobre, de ideias, onde só a fome tem lugar. Quero que me lembre que sou um nome que se pode ajuizar perante os múltiplos condutores que traçam os níveis de consciência. Tão profundo é este sentir que me faz ver que tudo será uma mais valia, quando chegar o momento da despedida. Só aqui saberei olhar o mundo e dizê-lo por certo nas memórias de uma vida.

Posso ser uma outra verdade, porque me sei parte desta história. Há dias que se apresenta uma verdadeira história, mas outros há, que o seu brilho é um foco descontinuado nas figuras geométricas que desenharam o mundo. Tão perto que estou desta verdade, mas esqueço quem sou e ao que vim porque me estranho nestes lugares vazios, nestes terminais de um corpo que se sente perdido numa qualquer errata imaginária. Se fosse um deus menor, viveria às custas de um Deus Maior, mas como sou um simples mortal, satisfaço-me com estes desejos, estas paixões que saciam a fome do corpo e da mente, deixando em aberto outras verdades, para que nasçam e sejam simples ornamentações pelas paredes onde me encosto, sempre que me refaço de madrugada. Gosto desta verdade nua, quando me sinto encostada a noite. Sinto-lhe a frieza nocturna, mas logo me vejo sua companheira de todas as noites, e passo a ser pedra com pedra, noite com noite, mas dia sem dia. Preciso vencer o medo de me refazer nas madrugadas.

Há um poder imensurável que me traz às claras. Será este que me lembrará quem eu sou, sem ter que sair da minha janela. Daqui avistam-se as águas paradas e um mar distante que me traz tudo a seu tempo. Remedeio-me assim, sem ter que me esforçar, pois a minha sorte não mente e o meu corpo é um poço de prazer aniquilando a dor, perfurando o espírito, alertando-me para os níveis superiores, onde me encontro sempre que deitar por terra, estas loucuras que fazem do poder da minha mente, uma irrepreensível troca de favores. Posso, e quero ser para lá da minha consciência, um mundo de verdades que me farão ver outras maiores que alcançarão a meta traçada. Assim, as tomarei como parceiras num mundo que cresce nas mãos do destino, ao cobrir a terra com todas as sementes que fizeram de mim uma pessoa, entre tantas as que se conhecem.

A Voz do Siêncio
 
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ÔNIX
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/06/2010 21:51  Atualizado: 29/06/2010 21:51
 Re: Dimensões VI – Consciência
Ônix, gosto em ler.
"a voz do silêncio"
"consciência"
lúcida dum passado presente e futuro num pensar ciente do seu caminho
beijo


Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 29/06/2010 23:51  Atualizado: 29/06/2010 23:51
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 Re: Dimensões VI – Consciência
Um grande e belo passeio ao consciente e inconsciente da gente, Dolores. Excelente!
Bjins, betha.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/06/2010 11:35  Atualizado: 30/06/2010 11:35
 Re: Dimensões VI – Consciência p/ÒNIX
ÒNIX, uma prosa poética belíssima onde a psicologia e sobretudo a constante tormenta da procura do sentido, a mais antiga e actual demanda filosófica, da vida e do que somos, para onde vamos e o que fazemos aqui embriagam aquele/a que te lê!

Beijos