Trago uma casinha às costas
sem portas, janelas e cor
as paredes de madeira tortas
encerram lágrimas, risos e dor
Pela estrada fora caminho
deambulando sem sentido
além da casa eu sozinho
há que tempos já perdido
Algures, no cume duma montanha
hirto, cansado, olho a luz
admiro minha enorme façanha
de carregar como Cristo minha cruz
Na penumbra da casinha de glória
olho em torno e o que vejo
recordações, sonhos e memória
tudo o que foi meu ensejo
Adeus me parto novamente
para uma nova aventura
a vós digo minha gente
vos desejo paz, amor e fartura!