Quero experimentar o desejo de sair por ai e beijar à minha própria determinação de liberdade.
Quero sair à rua, abrir os braços, dançar, rodopiar, gritar e banhar-me de qualquer luminosidade.
Quero ver a forte suavidade das cores, ser sensível e intima da profundidade do azul da existência.
Quero sentir o aroma à essência das coisas recendidas, sentir os sabores, o tatear, nas sensações, no ato do que me é preferível.
Quero no meio da tarde sentar no aconchego de domingo, deliciar-me, bebericar de uma xícara de café quente e viajar na paisagem de minha janela.
Quero sentir sob os pés descalços a brancura frieza do chão de meu quarto e a maciez felpuda do tapete amarelo da sala de estar.
Quero sorver a réstia de luz do final de tarde num sol alaranjado, a banhar-me a pele, regando-me ao gozo desse mágico instante.
Quero poder contemplar o sono da felicidade, no sonho colorido de meu filho, através do movimento ocular de suas pálpebras e de seu enigmático sorriso.
Quero no meio da noite, sentir a maciez e o perfume dos lençóis de minha cama, regalar-me dela, lentamente espreguiçar meu cansaço e adormecer de meu conforto.
Quero despertar de um novo dia, em um banho de seda, na água morna a percorrer e purificar meu corpo, a limpar minh’alma num ritual cotidiano de recomeço.
Lufague.
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Das palavras, as mais simples. Das simples, a menor.” Winston Churchill